EXPERIÊNCIA

“É claro que me importo com o meio-ambiente. Mas só o que me rodeia.”

Apesar de Porter não ter sido um aluno excepcional, testes de amplitude revelaram seu talento para as ciências. Incentivado por sua aptidão e por seus pais, ele seguiu uma forma não ortodoxa de instrução com seus tutores, em ensino domiciliar e ciência de campo. Ele obteve êxito ao se afastar do ensino tradicional em sala de aula e rapidamente desenvolveu habilidades em química, biologia e matemática. Sem interesse em buscar uma educação acadêmica padrão, Porter falsificou uma carteira de identidade e se alistou no Exército Britânico. Apesar da rigidez das regras do exército nem sempre ser ideal, a ampla gama de treinos e experiências fornecidas pela vida militar serviram como compensação. Ao passo que o reprimiam por quebrar regras, seus superiores logo reconheceram sua visão inovadora e estratégica. Ele foi incentivado a entrar na S.A.S. Porter prefere buscar conhecimento e novas habilidades, como em idiomas e música, ao seu modo, e não se destaca em atividades de treinamento formal.

RELATÓRIO PSICOLÓGICO

É importante que eu não tenha nenhuma expectativa pré-concebida antes de encontrar os agentes pessoalmente. Como as avaliações do Especialista James “Smoke” Porter contêm algumas contradições, não consegui adotar nenhum ponto de vista específico. Então ele entrou em minha sala como se fosse um mistério. […]

Porter é consistentemente descrito como isolado. Revisei os arquivos dele e descobri que sua “indiferença” é visível em situações de alta intensidade. É provável que não seja isolamento, e sim foco. Lembro do meu tio, que costumava apontar para a testa, me dizendo para dominar minha mente. Acho que o Porter está dominando sua mente para se manter na tarefa e filtrar distrações perigosas. Ele se empenha em não envolver emoções no processo de tomada de decisões, optando por válvulas de escape como música ao vivo para descarregar as tensões e permitir que ele seja quem precisa ser em seu trabalho. […]

É claro que os pais do Porter o incentivaram a ser um espírito livre e a desenvolver sua educação e personalidade como desejasse. Mesmo que isso tenha resultado em alguns contratempos – um experimento científico deixou algumas cicatrizes físicas, mas nenhuma emocional que eu possa ver – ele se deu bem. […] A educação livre do Porter auxiliou na formação de um indivíduo complexo, dinâmico e de difícil classificação.

Porter é popular entre seus colegas de equipe e é considerado valioso apesar de seu jeito imprudente. Porém, adjetivos como “caçador de emoções” e “destemido” parecem simplistas para mim. O Porter é mais complexo que isso. Ele é comedido e entende riscos calculados. Porter e nossos outros agentes entendem que é mais importante respeitar o medo do que tentar fingir que não o sentimos. […]

Autodidata desde muito cedo, Porter continua dedicando tempo ao cultivo de sua própria identidade. Ele gosta de buscar novas experiências e, ao dominá-las, parte para próximos desafios. A exceção é a sua filha adotada. Ele mostrou apenas uma foto dela. Nunca vi uma criança rodeada por tantos equipamentos perigosos, mas o Porter me garantiu que hoje ela está no ensino médio, se destacando no sistema que ele foi incapaz de entender. Por meio dela, ele enxerga o mundo de formas diferentes, exatamente o tipo de desafio que ele adora.

-- Dr. Harishva “Harry” Pandey, Diretor da Rainbow