“Tô sabendo. Todo mundo faz o que pode para sobreviver. Mas você não atirou em mim? Então agora é pessoal.”
Transcrição de 11/11. Editada para maior clareza.
Vincente: Já conheci pessoas como você. Me mandaram a um psiquiatra quando perdi o olho. Sabe o que ele pediu para eu fazer? Exercícios de visualização. Ele queria que eu fingisse que ainda tinha os dois olhos, imaginasse minha vida de antes e “projetasse ela para o futuro”. Sabe o que eu falei pra ele? “Cara, imaginar que ainda tenho os dois olhos não vai me levar de volta à ativa. Dá para me ajudar ou não?” Ele me encaminhou a um terapeuta ocupacional e nunca mais o vi. Então, não me pergunte como me “adaptei” ou “cresci” ou cave meu passado para revelar o “real” impacto do meu trauma. Já tô mais do que cansado de falar sobre a primeira e única coisa que reparam em mim.
Harry: Vamos falar de outra coisa, então.
Fim da transcrição.
“As crianças sempre me perguntam como fiquei tão forte. Digo a elas que é por ter alguma coisa pela qual valha a pena lutar. Quando crescerem, vão entender.”