Distorção, som sujo, saturado — existem várias formas de descrever o timbre de guitarra que não é limpo e tem uma certa quantidade de saturação. É isso que acontece quando você ajusta o sinal de áudio no máximo, comprimindo os picos e baixas da onda sonora, passando de um formato curvilíneo para algo mais quadrado nas extremidades. Mas você também pode pensar na distorção como um efeito sonoro independente, distinto do overdrive e do fuzz. Ainda assim, essas distinções podem se confundir, e elas às vezes podem ter mais a ver com a forma como as fabricantes comercializam o efeito do que com o som em si.
Tecnicamente falando, overdrive, distorção e fuzz formam um espectro, onde o overdrive satura uma pequena parte do sinal, o fuzz satura grande parte dele e a distorção clássica fica entre esses dois mundos. Seja por meio de um amplificador ou de um pedal, o efeito de distorção altera o sinal drasticamente. Efeitos de distorção tendem a ser menos dinâmicos — ele não costuma variar conforme a sua pegada. Mas, se você busca um som mais agressivo e sujo, ele é o ideal — e é um efeito essencial para tocar hard rock ou metal.
Os controles do DS-1, da BOSS, são fáceis de ajustar: O tone (timbre) enfatiza os graves ou os agudos, o level (volume) define o volume de saída, e dist (distorção) ajusta a quantidade do glorioso ruído.
Bandas de rock ficaram mais pesadas entre as décadas de 60 e 70; bandas de proto-metal como Black Sabbath, Led Zeppelin e Deep Purple popularizaram o uso de guitarras distorcidas em suas obras. Em contrapartida, a demanda pela produção de amplificadores e pedais com timbres maiores, mais altos e mais distorcidos cresceu como nunca. A popularidade da distorção aumentou ao longo da década de 70, levando à introdução dos pedais de distorção RAT, da Proco, e DS-1, da BOSS, ambos em 1978. O DS-1 em especial deu aos guitarristas opções sem fuzz para acentuar/atenuar a distorção, incluindo um potenciômetro de timbre para enfatizar graves e agudos. Usado por uma grande variedade de artistas, entre eles, Prince, Robert Smith, Steve Vai e Kurt Cobain, a versatilidade dele ainda é um atrativo para músicos de vários gêneros. Dá para ouvir o DS-1 "rasgando" as partes mais pesadas de "Smells Like Teen Spirit", da banda Nirvana.
A música "Smells Like Teen Spirit", do Nirvana, conta com os timbres agressivos fornecidos pelo DS-1, da BOSS.
O mercado de distorções explodiu nos anos 80, oferecendo opções de amplificadores e pedais ainda mais agressivos. Nos anos 90, amplificadores como o Dual Rectifier, da Mesa Boogie, e o Peavey 5150 se tornaram dádivas divinas aos músicos do metal: a banda Metallica usou esse primeiro para conquistar os timbres abrasadores e icônicos da música "Master of Puppets", enquanto o segundo foi o primeiro amplificador assinado pelo guitarrista Eddie Van Halen. Amplificadores com saídas de distorção altas como o Peavey e a série Rectifier da Mesa Boogie oferecem uma saturação mais consistente, com ataque forte e níveis de volume altos para tocar os gêneros mais extremos do metal — death, black e thrash. Os timbres deles são ideais para riffs baseados em notas solo, power chords e palhetadas abafadas.
O Dual Rectifier, da Mesa Boogie, satisfez a sede por timbres distorcidos de alto ganho (high-gain). E os metaleiros de plantão mergulharam de cabeça nele!
Muitos guitarristas também usam uma combinação de pedais e amplificadores de alto ganho. O subgênero de death metal sueco nem chegaria a existir sem o pedal HM-2, da BOSS, com bandas como Entombed, Grave e Dismember canalizando os riffs mais violentos graças a essa cobiçada caixinha barulhenta no final da década de 80 e início dos anos 90. Ele saiu de linha e, por isso, é um item bastante procurado (e replicado), mas combine o HM-2 com um "Dual Rec" e você poderá criar o tom de "mil motosserras" similar à "Left Hand Path", da Entombed, com facilidade. É uma ótima maneira de aliviar o estresse — mesmo incomodando os vizinhos.
Leila Abdul-Rauf é uma multi-instrumentista e compositora de Oakland, CA. Leila é guitarrista e vocalista das bandas de metal Vastum, Hammers of Misfortune e da banda de post-punk etéreo Terebellum. Ela também compõe e produz música ambiente autoral, com o trio eletrônico Ionophore e o duo de synth-folk Fyrhtu. Leila já fez turnês internacionais e atua como professora particular de guitarra e canto nas horas vagas.
"Boss-DS-1", de Matt Eason, está licenciada sob CC BY-SA 3.0.
Potenciômetros do DS-1 Boss por Dan Amrich. Usadas sob permissão.
"Dual Rectifier Roadster Mesa/Boogie Head", de fvancini, está licenciada sob CC BY 2.0.
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