Previsões de um caster: Interro fala sobre a América do Norte
Parker “Interrobang” Mackay, um caster experiente da Pro League do Rainbow Six e um amante de sushis, como ele mesmo diz, compartilhou com a gente as suas opiniões sobre a cena na América do Norte na reta final da temporada 8. Como os times conseguiram as suas vagas? O que vão ter que fazer para levar a taça? Interro explica toda essa jornada rumo ao Rio.
A esperança da América do Norte no Rio de Janeiro está em mãos bem conhecidas: Evil Geniuses e Rogue. Os dois times passaram boa parte do ano batalhando pelo título de “melhor time da América do Norte”, com EG se saindo ligeiramente melhor que Rogue na maioria dos eventos. Apesar disso, nenhum dos dois tem tido o sucesso que os fãs esperam. A seca norte-americana vai acabar com as finais da temporada 8 no Brasil? Bora especular um pouco.
Evil Geniuses
A Evil Geniuses (EG) teve um ótimo ano em quase todas as métricas. Começou 2018 com um segundo lugar no Invitational de Montreal, enquanto a EG foi embora desapontada com uma eliminação na primeira rodada nas finais da temporada 7 em Atlantic City – e o pior, perdendo para a rival G2. A Evil Geniuses repetiu o segundo lugar na Dreamhack Austin, depois ficou em segundo de novo no Six Major Paris (está percebendo um padrão?) antes de chegar ao intervalo do meio da temporada. Nem um pouco a fim de se firmar como eterno segundo lugar, a EG optou por fazer mudanças relevantes durante o intervalo. A equipe encerrou o laço com o técnico BKN e colocou Necrox, um de seus jogadores antigos, em seu lugar; e adquiriu Geometrics da equipe Rogue para ocupar a vaga aberta. Mas havia uma surpresa no caminho deles: pouco tempo depois, BC chocou toda a comunidade de R6 profissional anunciando sua saída da Evil Geniuses para poder seguir outras oportunidades. O tempo do Necrox como técnico acabou prematuramente, pois voltou para a posição de jogador. Semanas depois, Gotcha, um competidor da Challenger League, foi selecionado para ocupar a vaga de treinador pelas semanas restantes da temporada 8.
Apesar dessas mudanças e de um início de temporada mais lento do que muitos esperavam para o esquadrão norte-americano, a EG perseverou. Depois de ficar atrás da SK Gaming nas tabelas na maior parte da temporada, a Evil Geniuses finalmente ultrapassou a rival a tempo de conquistar uma vaga na fase mata-mata e ainda por cima a primeira colocação. Muito se falou sobre como essas mudanças de elenco afetariam a EG, mas no fim das contas o time se apresentou em ótima forma, terminando a segunda metade da temporada com os melhores resultados: apenas uma derrota nos sete jogos.
Agora o foco da equipe está voltado para o Rio de Janeiro, na esperança de quebrar a sequência de vice-campeão. O primeiro desafio da EG vai ser encarar a FNATIC, o segundo melhor time da região Ásia-Pacífico da última temporada. Os australianos vão proporcionar um embate interessante, mas a oposição que a EG tem enfrentado nas últimas LANs é tão forte quanto eles ou ainda mais forte – pelo menos no papel. Se a EG se provar vitoriosa, vai ter pouquíssimo tempo para descansar, pois enfrenta o vencedor de G2 vs Immortals. Presumindo que G2 vença, podemos ser presenteados com uma revanche entre esses dois times. Vencer a G2 seria um grande feito para a Evil Geniuses, já que o time ainda não derrubou esse titã europeu em seus confrontos. Além de dar uma grande injeção de confiança, essa partida seria, sem dúvida, a mais difícil para a EG. Uma vitória sobre a EG colocaria a Evil Geniuses como grande favorita para o ponto mais alto do pódio.
Rogue
Com apenas dois jogos para o fim da temporada, as chances de a Rogue entrar para os playoffs parecia nula. Ocupando o quarto lugar nas classificações, Rogue precisava de um conjunto de cituações para prosseguir: ganhar os dois jogos restantes e torcer para que SK Gaming e Spacestation perdessem. Com as derrotas de SK e SSG na segunda semana final, o caminho estava aberto para a Rogue. Tudo que a equipe precisava era vencer a SK na última partida para conquistar a vaga. Ao fim de uma das partidas mais eletrizantes e imprevisíveis da temporada inteira, Rogue se sobressaiu com 6-4 e carimbou o bilhete para o Rio.
Depois de Geometrics ter ficado de fora de duas participações da Rogue em LANs por problemas com visto, o elenco estava completo e pronto para conquistar a temporada 8. Na primeira metade da temporada, Rogue teve uma performance mediana e ficou para trás de alguns times mais sedentos da região. Diante da necessidade de um desempenho melhor, o time passou por duas grandes mudanças no intervalo do meio da temporada. Bryan, um jogador flexível, foi trocado por Shuttle, da Spacestation, reunindo o time das finais da temporada 7. A seguir, Geometrics foi para a Evil Geniuses e então a Rogue trouxe Supr de seu time na Challenger League. Além dessas duas alterações de elenco, Rogue também mostrou uma nova flexibilidade na atribuição de funções, movendo Slashug para uma posição de âncora ao lado de Easilyy. Essa adaptabilidade foi muito importante para a Rogue e isso provavelmente vai moldar um time mais forte para o Rio.
Depois de reivindicar a segunda e última posição da América do Norte nos playoffs, os fãs começaram a torcer por uma revanche contra o time #1 da Ásia-Pacífico, a potência japonesa Nora-Rengo. Os dois times se encontraram em Atlantic City alguns meses atrás e fizeram uma das partidas mais empolgantes do evento. Apesar de ser a primeira LAN internacional da Nora-Rengo, a equipe teve um desempenho incrível, mas no fim das contas caiu diante da Rogue quando esta jogava com 4/5 titulares. Com a melhoria da Nora-Rengo nos últimos meses e a Rogue afiada para combate, vários jogadores dos dois times já expressaram o desejo de repetir o confronto. Como a sorte os ouviu, Rogue surgiu como adversária da Nora-Rengo; uma partida que vai ser um show à parte.
Se Rogue vencer, o próximo passo será encarar o vencedor de FaZe vs Mock-it. É quase certo que FaZe deve se mostrar um adversário mais difícil porque além de competir em seu próprio país com uma torcida enorme a seu favor, o time fez uma das melhores temporadas da Pro League, estatisticamente. Mas Mock-it não é moleza também – uma equipe europeia que vem calando os seus críticos mais ferrenhos com bom desempenho. Rogue tem todas as ferramentas para chegar à grande final, que provavelmente será contra G2 ou Evil Geniuses: dois dos times mais consistentes do ano. Qualquer uma dessas equipes pode garantir um grande desafio, mas a Rogue consegue façanhas quando tudo está em jogo. O caminho para os playoffs parecia impossível para a Rogue, mas o time conseguiu, apesar das adversidades. O caminho para a grande final vai ser ainda mais acidentado, mas se tem uma coisa que aprendemos nesta temporada é não duvidar da Rogue.
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