Sentamos com Spencer “Slashug” Oliver, capitão e líder in-game da segunda equipe classificada da América do Norte, Rogue. Com a chegada do Paris Major dia 13 de agosto, perguntamos a respeito da preparação para o evento, pedimos informações sobre as novas adições ao time e o questionamos sobre o significado de ser um líder.
No geral, sua equipe se saiu muito bem durante essa fase, terminando a meia-temporada e indo para o Paris Major em segundo lugar da América do Norte. No entanto, a equipe teve também algumas dificuldades. O que pretende melhorar com a chegada de um evento internacional de nível tão alto como o Paris Major?
Slashug: “Quanto à equipe, uma de nossas maiores dificuldades é manter a consistência entre as partidas. Às vezes podemos deixar que problemas se tornem ainda maiores, por isso estamos tentando manter a calma durante o jogo. Estamos sempre tentando melhorar nossa comunicação. Achamos que ela é um dos aspectos mais importantes do jogo, e é algo ao qual sempre podemos recorrer se alguma coisa der errado em nossa estratégia. Além disso, buscamos dar maior consistência a nossas estratégias no geral, para que todo mundo saiba o que se passa a cada instante da rodada e haja melhor interação entre os companheiros de equipe.”
O Paris Major é um tipo de evento com grande destaque, e atrai muita atenção não apenas para o Rainbow Six, mas principalmente para seus eSports. Para aqueles ainda não muito familiarizados com a estrutura de um time, você poderia explicar o que significa ser o seu capitão? Quais são suas responsabilidades dentro e fora do jogo? Como chegou à posição de capitão?
Slashug: “Como capitão, devo tomar uma série de decisões ligadas às nossas estratégias e à escalação. E, mais importante de tudo, é meu dever garantir que o time esteja ganhando. O capitão precisa certificar-se de que a equipe tenha treinos produtivos, adaptando e criando novas estratégias, sempre bem informado quanto ao meta. Geralmente, o capitão é também o líder no jogo, ou seja, o responsável pela escolha das estratégias no início das partidas, garantindo que cada membro cumpra seu papel, e não fique à frente ou atrás do resto da equipe. O líder precisa ser capaz de tomar decisões rápidas para identificar falhas nas táticas dos adversários e também nas suas, e agir para se aproveitar das fraquezas nas estratégias do oponente ou para reforçar as de seu próprio time. Quanto à função de capitão, acho que já sou naturalmente algum tipo de líder no meu dia a dia. Sempre gostei de estar no controle de tudo aquilo que fazia. Então, quando entrei para a equipe, automaticamente estava cuidando das coisas para garantir que tudo rolasse conforme o esperado... Simplesmente aconteceu. Acho que o mesmo se dá com outros times, ou seja, eles não escolhem propriamente um líder; alguém acaba caindo naturalmente naquela posição, uma pessoa com o instinto de sentir o que acontece ao redor e que toma para si essa responsabilidade.”
Geo está no seu time há um tempo, e você acaba de participar do seu primeiro evento LAN com ele, na DreamHack Valência. De que maneira a chegada de Geo afetou a estrutura e o estilo de jogo da equipe?
Slashug: “A presença de Geo ajuda muito em nosso poder de destruição, já que ele é um dos melhores jogadores individuais em todo o jogo, não apenas na região. É uma grande ajuda nos confrontos. Além disso, ele faz mais o tipo de jogador tranquilo; ele sempre consegue trazer uma ‘vibe positiva’ para a equipe, como a gente costuma dizer, e mantém a calma quando as coisas pegam fogo. Temos várias personalidades fortes no time, e ele ajuda a manter todo mundo tranquilo para que ninguém saia grudando no pescoço dos outros.”
Como seu papel de líder mudou desde a adição de Geo e Easilyy?
Slashug: “Tenho muito menos responsabilidades do que costumava ter. Antes, era eu quem cuidava de toda a liderança, e nem sempre tinha a resposta certa. Kevin, especialmente, me ajuda muito nas decisões. Kevin e Geo também me ajudam com estratégias defensivas, um antigo ponto fraco meu, então fui aliviado de um peso muito grande. Isso também me permite focar mais em meu próprio jogo: quando preciso, posso focar em mim mesmo e sei que Kevin e Geo estarão cuidando da realização das estratégias e tudo mais, então posso jogar melhor individualmente.”
Tem alguém em sua equipe que melhorou significativamente na última temporada? Caso afirmativo, quem e de que maneira?
Slashug: “Acho que todos sempre jogaram em um nível máximo de qualidade. Não creio que tivemos alguém que não jogasse bem na equipe. Contudo, se tivesse de escolher, diria que é o Tyler (Ecl9pse). Ele andou trabalhando duro em seu desempenho, e é algo que dá para ver: nos últimos jogos ele tem destruído todo mundo.”
Como um todo, como vê a cena norte-americana quando comparada às outras? Acha que alguma cena em particular irá brilhar ou surpreender no Major?
Slashug: “Não acho que a América do Norte fique atrás de nenhuma outra região. As pessoas acabam julgando uma região todinha por uma ou duas equipes que estão no topo. Só porque a PENTA venceu a nós e a EG não significa que a Europa seja melhor do que nós no geral. Acho até que a América do Norte é bem mais competitiva do que qualquer outra cena. Em nossa Pro League, não dá para dizer quem vai vencer uma partida, você tem que assistir até o fim para descobrir. É diferente da Europa, onde você basicamente já imagina quem vai se sair melhor de acordo com as equipes que estão jogando. Em relação a quem vai brilhar no Major, acho que os times europeus vão se sair muito bem. É claro que PENTA, Millenium e Team Secret são equipes muito fortes, mas também penso que equipes menores da América Latina podem aparecer e surpreender o pessoal. Acho que existe a possibilidade desses times menores frustrarem algumas das grandes equipes. Eles terão boas oportunidades para impressionar o público.”
Quais equipes merecem ser acompanhadas de perto neste evento?
Slashug: “A PENTA com certeza vale a pena, como sempre: eles têm uma equipe absurdamente talentosa e sempre jogarão bem. Acho que NORA-Rengu também é uma equipe a ser observada, já que mandaram muito bem em Atlantic City. Acho que eles podem desapontar algumas equipes que não esperam perder para eles. Sou obrigado a dizer minha própria equipe, é claro! Viremos com tudo. Teremos um treinamento na França, antes do Major, e chegaremos ao evento com muito preparo e foco. Tem também a Vitality, conhecida por mandar muito bem em um estilo de jogo específico; mas é claro que poderiam surpreender algumas equipes se resolvessem usar uma abordagem diferente.”
Tem alguma equipe que gostaria de enfrentar?
Slashug: “Quero encarar a EG nas finais e vencer. Acho que esse seria o final mais satisfatório para mim, algo como uma compensação por quando nos derrotaram nas finais da Invitational. Também gostaria de enfrentar a PENTA, porque em Atlantic City nossa partida foi tão acirrada que eu acho que temos capacidade de vencê-los numa revanche. Também estou ansioso para jogar contra a IDK, já que nossa partida foi bem disputada na DreamHack Valência. Basicamente, quero enfrentar todas as equipes contra as quais já jogamos, e conseguir minha vingança.”
Alguma equipe que gostaria de evitar?
Slashug: “A maioria das latino-americanas, porque elas têm um estilo muito diferente de jogar. É claro que tem alguma fraqueza ali, mas eles te deixam no limite constantemente. É o mesmo que faz a NORA-Rengu, o que é um problema neste caso, já que não há muitos vídeos para assistir, já que a equipe é de uma região isolada, então não temos muito material para nos preparar contra eles.”
Há boatos de que sua equipe se mudaria para uma casa este ano. Isso ainda está nos planos? No geral, qual seria a diferença de ter toda a equipe dentro de uma casa?
Slashug: “Esperamos um dia mudar para uma casa. Acho que a vantagem seria que ninguém dormiria durante os treinos (GEO!) e qualquer problema poderia ser solucionado na hora, e pessoalmente, o que fará com que todos sejam mais receptivos a críticas. As pessoas sempre reagem melhor com feedback presencial, ao invés de online. Além disso, numa casa você conhece melhor a sua equipe, vocês se aproximam mais... Você tem vontade de jogar melhor e vencer por eles.”
Você tem algum conselho para quem ainda é novo na cena e gostaria de se envolver com eSports de Rainbow Six?
Slashug: “Jogue o máximo que puder. Acho que essa é a primeira coisa a fazer: jogar muito. Não tem nenhuma mágica, você tem que se esforçar, conhecer os Agentes e os mapas. Participe do maior número de torneios possível. Ninguém surge do nada, a maioria dos jogadores profissionais joga há tempos e exaustivamente.”
Alguma declaração final que gostaria de deixar para o pessoal antes de partir para o Major?
Slashug: “Obrigado a todos pelo apoio nesta temporada. Espero que possamos deixá-los orgulhosos no Paris Major, trazendo a vitória para casa. E como diria Ranger, nosso treinador: ‘Obrigado a todos os nossos fãs, obrigado pelo apoio e... Vai, Rogue!’”
Fique de olho em Slashug no Twitter para acompanhar o progresso da Rogue no Paris Major. Não se esqueça de seguir o Twitter e o Twitch de eSports de Rainbow Six para acompanhar toda a ação durante o evento, de 13 a 19 de agosto!