A temporada 8 da Pro League gerou uma história um tanto intrigante na cena europeia. Ghassan “Milosh” Finge nos mostrou os caminhos que cada time europeu teve que trilhar para chegar às finais da Pro League e também compartilhou os seus palpites sobre o que cada time europeu precisa para chegar à grande final.
O caminho para a vitória
G2, um time que já tem dois títulos na Pro League — o Six Invitational 2018 e o recente Six Major Paris —, qualificou-se para as finais no Rio depois de uma campanha europeia brutal, porém eficaz, seguindo invicto até a qualificação. A equipe fechou a temporada com 11 vitórias, dois empates — contra Mock-It Esports e Team Vitality, agora na relegation — e, por ironia do destino, uma derrota contra sua organização antiga, a PENTA Sports.
Como muitos já esperavam, o G2 disparou nas tabelas e foi o primeiro time a garantir uma vaga no Rio. Fabian, Pengu, Goga, Joonas e Kantoraketti voltam para o Brasil, onde os seus membros do ano passado caíram diante da Black Dragons (elenco atual da NiP Gaming) nas semifinais. Quanto a Kantoraketti, ele volta como campeão da temporada 6 da Pro League, cuja final rolou em São Paulo no ano passado.
Embora a primeira vaga da Pro League tenha sido ocupada com facilidade, a segunda veio a duras penas. As esquipes Team Secret, Millenium e Mock-it Esports estavam firmes em uma disputa duríssima pela última e tão desejada vaga LAN da Europa. Durante a semana 12, vimos uma reviravolta na competição, com G2 tendo seu segundo empate com a Mock-it no mapa Casa de Campo. E para somar, Secret, o time mais forte no momento, empatou com a nova PENTA Sports, movendo Mock-it e Millenium para cima nas tabelas. A semana 13 proporcionou, na minha humilde opinião, a melhor temporada online que tivemos no ano todo com Secret vs Mock-it, uma partida que terminou em empate no Consulado com ambos os times usando todos os recursos nos últimos esforços para agarrar de vez a vaga no Rio. Millenium tinha conseguido outra vitória, batendo o elenco sueco da CHAOS anteriormente naquele dia. O empate de Secret vs Mock-it manteve a Team Secret na disputa pelo Rio, pois dependia de um empate em Millenium vs Mock-it na semana 14, a única forma de se qualificar.
Porém, o sonho não se concretizou e após a oitava rodada a Mock-it finalmente deu o xeque-mate que confirmou sua presença no Rio, com KS, ripz, Vale, Korey e BakaBryan representando o primeiro time que fala alemão a ir para uma final da Pro League.
A chave das finais deixa esses times europeus em lados separados, portanto a única chance de se enfrentarem é na grande final. Como segundo time europeu na chave, Mock-it Sports vai ter que encarar o time mais forte da Pro League América Latina, o FaZe Clan. Do outro lado, G2 enfrenta o segundo colocado da América Latina, Immortals.
FaZe vs Mock-it:
Eles se enfrentaram três meses atrás no Six Major Paris (Mock-it jogando como Orgless) no Grupo D. FaZe ganhou de 2-0 em Mansão (7-6) e Fronteira (6-3), depois acabou perdendo para a Team Secret na final na Casa de Campo (4-6) e no Consulado (6-1). No Major, FaZe entrou na disputa com o elenco formado por Astro, Cameraman, Namuringa, Mav e Gohan (este último foi substituído após o Major por Yoona, uma jogador bem experiente e popular vindo da PaiN).
Ficou claro durante o Six Major que a Mock-it tinha sérios problemas de comunicação, pois era sua primeira vez explorando novos territórios com essa formação. No entanto, eles provaram que podem superar as dificuldades durante a temporada online. Agora, esse time novo vai ter que manter a concentração em um estádio olímpico com 10.000 pessoas.
Em termos de experiência em LAN, FaZe Clan se sobressai, pois tem diversas competições locais e internacionais no currículo. Além disso, eles têm uma vantagem enorme por jogar em casa, o que é tão importante nos eSports quanto nos esportes tradicionais.
FaZe mantém a estratégia de agressão calculada, dizimando os oponentes um a um. Entretanto, isso não deve funcionar tão bem contra a Mock-it, que mudou seu estilo de jogo para uma forma mais baseada em trabalho em equipe, com jogadores dando cobertura uns aos outros, podendo fazer rotação de forma eficaz para combater os pontos de observação padrão e com bom posicionamento do drone Yokai (cortesia do Echo do BakaBryan) para apoiar os avanços.
Na minha opinião, essa melhor de três pode ser perdida ou ganha na fase de banimento. Os mapas Mansão, Consulado e Litoral dão vantagem para Mock-it. FaZe jogou só três vezes no Litoral em um ano inteiro desde as finais da temporada 6 da Pro League em São Paulo (incluindo BR6 & todos os torneios de circuito PL), nas quais o time ganhou uma vez e perdeu duas.
O forte da FaZe, no entanto, está em mapas como Banco, Fronteira e Oregon... Mapas muito menos técnicos em comparação aos favoritos da Mock-it. Mas para a Mock-it vencer, vai precisar ir além dos seus mapas favoritos... Vai precisar de jogo preciso e ordem correta para os mapas se quiser passar para as quartas de final. Para mim, Fronteira, Consulado e Mansão são mapas prováveis no confronto deles... e nessa ordem, o mapa 3 pode ficar bem interessante!
O vencedor dessa partida cai contra o vencedor de Nora-Rengo vs Rogue, a revanche nipo-americana das finais da temporada 7 em Atlantic City; certamente, umas das combinações mais cativantes que já tivemos em eventos off-line. Comparando os estilos de jogo, no entanto, não vejo a Mock-it vencendo qualquer um desses times. O caminho deles para a grande final não é fácil, tendo que encarar um time tão técnico como Rogue ou um baseado em estratégias de emboscada e reação como Nora-Rengo.
Immortals vs G2 Esports
Na segunda metade da chave, Evil Geniuses joga contra Fnatic, o que em teoria poderia nos presentear com uma semifinal muito bacana entre G2 e EG.
Mas a grande pergunta é: a Immortals tem uma chance contra os campeões mundiais? Acho que não. A resposta longa? Vamos explorar:
A Immortals pode até ter alcançado o segundo lugar da América Latina, mas foi por pouco... para tristeza da Team Liquid, atual campeã da Pro League. Ainda por cima, as partidas mais recentes deles não impressionaram: perderam para Ninjas in Pyjamas, Bootkamp Gaming e Team Liquid. Também empataram contra Pain Gaming, o sétimo colocado que salvou sua vaga na Pro League nas partidas de relegation da região contra Guidance Gaming.
Quando você joga contra os melhores do mundo, não dá para simplesmente depender de jogadas individuais ou uma torcida gritando; é preciso ter um time coeso e uma preparação correta e eficiente para os tiros.
Para fins de comparação, vamos ver o que a G2 tem a oferecer:
- Desempenho consistente: não ficaram em posição abaixo de top 4 em qualquer evento desde maio de 2017, vencendo quatro dos sete torneios off-line dos quais participaram.
- Formação consistente: duas grandes mudanças de elenco desde sua constituição sob a PENTA Sports em março de 2017; a última foi Kantoraketti nas finais da temporada 7.
- Flexibilidade: a G2 vem mostrando várias vezes que os seus jogadores estão prontos e dispostos para jogar com qualquer agente para vencer, deixando para trás aquele pensamento de deixar certas funções a jogadores específicos, o que os ajuda a driblar possíveis banimentos de agentes que seriam usados em certos mapas.
- Vantagem nos mapas: eles têm conhecimento profundo de vários mapas, o que os permite a chegar em qualquer local com estratégias já planejadas, graças aos técnicos Shas e Ferral.
- Goga, o homem que faz tudo. Precisa manter um ângulo? Feito. Precisa de um Glaz? Feito. Uma Valkyrie? Feito. Precisa de um clutch? Ok. Plantar alguns desativadores? Claro, sem problemas.
Dá para ver pelos números que o time Immortals tem um desafio e tanto pela frente. Mas, na chave inferior das quartas de final, vejo EG e G2 se enfrentando de novo nas semifinais. Nesse cenário, só resta à EG provar que finalmente pode vencer a G2. A introdução de Geo ao time junto com Gotcha como técnico tem os ajudado a manter sua posição com firmeza na América do Norte. Porém, será que essas semanas de preparação vão ser suficientes para esse esquadrão norte-americano bater seus duros rivais? O tempo vai dizer.
Mas, se a história estiver fadada a se repetir, G2 pode marcar presença em mais uma grande final. Se eu tivesse que dar o meu palpite, diria que G2 Esports e FaZe Clan se enfrentam na grande final, com vitória para G2. EG e G2 são dois times muito difíceis de decifrar. Não importa qual dos dois vai chegar à grande final, mas acho que a partida que realmente vai decidir quem é o vencedor do show todo é a temida, porém aguardada, semifinal da chave inferior.
Um último comentário
Mas no fim das contas, os números não garantem resultados e um segundo pode fazer a diferença entre campeões e vices nos esportes e eSports.
Mas uma coisa é certa: em uma escala de 1 a 10, esse evento vai bombar em nível 11... Então, não deixe de assistir!
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